Time

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

POESIA ÍNTEGRA




Às vezes saímos do jogo e quando olhamos para ele vemo-nos, crianças e adultos, brincando com berlindes. Os berlindes são as nossas dores, os desejos, os medos… percorrem-nos o corpo. Às vezes perdidos dentro dele, são resgatados. Um outro corpo encontra-os e devolve-os. Faz eco deles para que um caminho em nós se reabra. Jogamos aos berlindes numa pista imensa que são os nossos corpos juntos, abertos quando abrimos no nosso peito uma pista.

E nesse jogo algo mais se joga. Os berlindes são o pretexto. O jogo é o que mais importa. Importa que continue. Para vivermos nele as experiências e desenvolvermos nele a consciência. O que mais importa é a liberdade, a liberdade que resgatamos ao abrir novas estradas no corpo, ao criarmos novos jogos, ao nos encontrarmos dentro deles. O que mais importa é o encontro com um outro jogo subterrâneo que se torna visível.

Valem os jogos que nos devolvem o sentido.

A Integridade é um desses jogos. Mesmo que por vezes nos pareça que perdemos o sentido, mesmo que deixemos de sentir o prazer dos jogos que a partir dela fazemos. Os jogos são apenas jogos. É tudo o que podemos. E escolhermos os que valem a pena.



Ana Viana

Publicada por Filomena Afonso Alves
Foto: Priscila Vasconcelos

Nenhum comentário:

Postar um comentário