E me mostra o quanto de beleza existe no querer fazê-lo. Tenho aprendido muito com tudo isso.
Anônimo (A) está sendo o meu xodó e será minha cara metade! E com ela, aprendo isso tudo aqui:
ANÔNIMO (A)
Era uma moça que descia do céu,
Vestida de branco, cabelos longos e um balde na mão...
Coisa do interior!
Ela disse: “Se for mulher coloca o nome de Maria das Dores”
Nasci para administrar aos outros.
Ao nada,
Fui incubada de cuidar das Dores alheias.
Operando as minhas próprias semelhanças.
Retirando-as de pessoas crescidas com o mato,
De pessoas crescidas com os sapos,
De pessoas íntimas das folhas, da terra, do caule,
Dos bois, da madeira, e etc etc.
Vou retirando todas as semelhanças de uma inutilidade vivida.
Não sou hábil na clareza.
Tenho de obter sabedoria naquilo em que fui criada.
A natureza.
Minha mãe segunda.
A mãe que cobra naturalidade com os bichinhos.
A ela devo meu livre arbítrio
E sou dela
Pertencendo sempre estarei, Anônima ou não!
Não necessito do conhecer público
Aos bois devo minha força
Aos cavalos a minha coragem
Aos pássaros o meu canto e tranqüilidade no sol do meio-dia
As galinhas o prazer de crescer naturalmente
Aos cachorros e gatos o sexto sentido exagerado e preguiçoso.
As árvores o prazer da sombra e do ar fresco
Agora, aqui, em sua frente agradeço.
Ela me pedra
Ela me fala
Ela me coisa
Ela me ama
Ela me chama
Ele me cala.
Sou filha da terra, da água, do fogo, do ar.
Mãe, pai, é sua Anônima
Sua eterna Maria das Dores
Hoje mudei meu nome
Por querer acaso dos poetas mudos
Não sou conhecida pelos os daqui
Sei que te pertenço
Não quero fugir
Ainda tem muita gente com dores por aí!
Mary Vaz
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