ALDEIA - SESC GUERREIRO DAS ALAGOAS - 2013 - Em agosto!
AGUARDEM!
Um brinde aos nossos afetos!
É assim que transbordo minhas palavras a esse
projeto. Com tamanho apego a esses “afetos” é que pretendo iniciar o cair das
minhas ações dirigidas a esse trabalho performático PREPOSIÇÃO – Um corpo
codificado! Na ideia de fazer desse apego um subjetivo, e também sugestivo,
pré-retrato de certo desconforto ao encarar uma problemática da questão homo
nos nossos dias.
Somos conhecidos por um código de barras. Cada um
de nós possui um código. Que passa e ultrapassa ao olho nu. A questão da
homossexualidade no nosso cotidiano me parece estar sendo conduzida para um
caos, onde não me encaixo e me sobreponho num abismo de incertezas. É estando
nessas mesmas incertezas que busco aqui uma PREPOSIÇÃO no seu sentido mais
apropriado da palavra – relação entre dois termos.
E, me lanço numa pergunta tentando responde-la em
público: Ser homossexual hoje, que gosto tem? E sobre essa premissa a
performance se sucederá transitando entre teatro, dança, áudio visual e música.
A realidade por vez obriga ao artista a projetar em
sua arte suas inquietudes e recebe de volta um caminho possível de mudança.
Acredito que a performance, por todas as suas
características ideológicas e formais tratadas e vivenciadas ao longo desse
trabalho se configura como um caminho possível para uma busca humana,
individual e coletiva rumo a evolução. Não penso com esse trabalho, ou com
nenhum outro, transformar a humanidade nem conscientizá-la de todo o mal que
existe no sentido do preconceito que nos rodeia e que rodeia a questão da
homossexualidade nos dias atuais. Não penso, entretanto, em “levantar bandeira”
sobre a mesma. Apenas penso que trabalhando meus questionamentos e minhas
inquietações pessoais possa transmitir/comunicar um sentimento de falta, de
exclusão da sociedade, uma barreira a ser quebrada intimamente. Que antes seja
em mim para que possa alcançar o próximo.
Mary Vaz